À noite:
vento, deduzo forte, assovio rouco.
Força a janela
de madeira
(velha como este corpo já meio-oco)
Nada comparado ao vendaval deixado por ela,
ao fantasma na meia-luz amarelada da lareira.
Visiono na mente o semblante,
relaxada e calma,
na luz da chama tremelicante .
Extradito-me, de tão carente,
para algures no universo, esta alma.
Pela manhã:
O Sol trespassa a fina vidraça;
Irradia fulgor ambiente
e, instintivamente,
é-me opaco e fosco
que, em cada espectro...
vejo ainda o seu rosto!
Não sou poeta mas, quem sabe, um dia escreverei
um texto que (pela persistência e sorte) possa ser lido como poema