Luso-Poemas
 
Poemas : 

infarto

 
nunca sofri um mas imagino que seja assim...

Sem magia ou sorte,
dispára a tensão
e, no esterno, uma dor fria.

A batida aumenta. é mais forte
e, nas têmporas, vê-se a pulsação.
Procuro a calma e reduzir a agonia.

Em casa, vivalma,
na mente um amor (perdido)
e na alma a dor (dum ferido)

Na testa, com precisão,
o dong, dong, dum sino,
como anúncio de morte.

Ouço na alma um silvo (fino)
como que chegado o momento
Não desespero, entrego-me à sorte e, espero!

É a minha traição (à vida);
É, sobre o lamento da nossa história (recém vivida)
a única vitória!

Cada minuto uma hora,
cada hora uma eternidade!
Cada poro de pele chora, chora saudade!

O cérebro desmaia
num breve sono, quase profundo
na vista passsam teias ou véus de cambraia.

Desperto-me, acordo,
e. ainda neste mundo,
revivo, triste, os detalhes que recordo.

Não sou poeta mas, quem sabe, um dia escreverei
um texto que (pela persistência e sorte) possa ser lido como poema

 
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Manufernandes
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 03/06/2015 22:20  Atualizado: 03/06/2015 22:20
Colaborador
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2241
 Re: infarto
É bom que ainda não tenhas tido algum...
Gostei do fingimento, de misturares sensações (imaginadas) com sentimento (possíveis) e que tenhas tornado a morte de parte do músculo cardíaco, poesia, com rimas por todos os lados - rimas, a minha fraqueza - com imagens bem conseguidas...
Obrigado carissimo!

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 04/06/2015 02:58  Atualizado: 04/06/2015 02:58
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 19295
 Re: infarto
o pulso pulsa aqui. gostei do poema tão bem cuidado e conseguido. (que nunca tenhas!) obrigada. bjs

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