UM REGALO

Obrigado, Anggela.

É sempre complicado dar presentes... As coisas materiais parecem pesar sobre a relação feito encargo. D'aí, não se dá flores quando se quer, sim no dia dos namorados... Não se sai para jantar só os dois quando se pode, antes nos cercamos de gente para evitar o silêncio constrangedor da falta de assunto...

E, por último mas não menos importante, o tamanho do amor deve ser demonstrado proporcionalmente ao valor do presente...

Por isso, não dou mais presentes, dou regalos, isto é, pequenos mimos a dizer: "lembrei de ti"... Nada mais, nada menos.


É isso.

Abraços, RicardoC.

Sabes, nesse soneto eu fiz algo diferente. Eu introduzi um "comentário" que temi distoar da ternura geral. Os dois primeiros versos do último terceto entram no poema de modo súbito, como se contra-argumentos às hesitações da moça que recebe o regalo... Ali, digo claramente: "Não estou tentando te comprar com presentes, mesmo porque não estás à venda".

Obrigado, RicardoC.

De facto, Ana: O melhor presente do mundo é um simples regalo. Não mais que um mimo e não menos que uma confissão de amor.

Eis!

Retribuo-te o beijinho, Ricardo.

Também já tive uma mulher difícil de se agradar, caro João Marino, e posso te afiançar: Nada que se dê tem valor se não for valioso...

Eu passei por aquela situação exacta que Zeca Baleiro descreve em sua música "Você só pensa em grana, meu amor.":

"Você rasga os poemas que te dou
Mas nunca vi você rasgar dinheiro..."

Ela devolveu os poemas que lhe dei, mas não as jóias...

É assim.

Abraços, RicardoC.

Nada é gratuito, cara karinna *...

Uso a palavra "regalo" exacto para diferenciar da ideia consumista de que "a mulher tem de se valorizar", numa relação diretamente proporcional entre amor e valor... A mulher que se valoriza não sai com qualquer um... Para ser romântico, um encontro começa no salão, passa pelo restaurante e termina na cama... Nada contra, mas parece saído dum conto de fadas pós-moderno.

O regalo é uma prenda materialmente irrelevante que diz à mulher que ela está na cabeça de quem a oferta. Não tem a pretensão de comprar nada nem ninguém. É carinho... Sem valor mas genuíno.

É isso.

Abraços, RicardoC.