Prosas Poéticas : 

Silêncios vespertinos

 
 
Medra o rumor das águas

enquanto por ti caminho

vespertino

diluindo as escuridões do mundo

rompendo pela alva

tão copiosamente

revelando-te os segredos

num punhado de versos inacabados


Conciliei minhas orações

repetindo-te a existência inédita

dos nossos seres religiosamente

intuitivos

sagradamente cativos


Mostrei-te os salmos declamados

no périplo da vida andante

alimentando o pasto da nossa fé

mais perseverante

decretando pelas ruas deste destino

um rugido travesso

partindo nas carruagens do tempo

itinerante

convertendo até as sombras num silêncio

final, perpétuo e revigorante


As datas nos dias extinguiram-se

embrulhando sossegadamente

uma hora que ficou perdeida

no tempo


Restou o senso da noite despertar

para nós de espanto

enquanto contigo

à luz excelsa de um desejo

regámos a esperança que ressuscita

numa súbita brisa escrita no

Evangelho do nosso encanto

FC

 
Autor
Frederico
 
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Enviado por Tópico
Ro_
Publicado: 02/03/2016 15:29  Atualizado: 02/03/2016 15:29
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Usuário desde: 25/09/2009
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Mensagens: 3985
 Re: Silêncios vespertinos

Maravilhoso para ler e ouvir!
Amei, poeta!
Um beijinho!


*-*