Prosas Poéticas : 

Dos limites...ao infinito

 
 
Abandonei a vida quando te acenei

em despedida

tanto era o silêncio que madrugava

na noite ferozmente urdida


Gotejava ainda o orvalho

das saudades que trazias escondida

no regaço do tempo irrepetível

naquela lenta ousadia

onde os sonhos fugindo se

estatelam acudindo minha existência

debruçada no tapete das paixões

quase, quase homicidas


Acordei-te ao toque da primeira

alvorada

quando me fiz ao caminho pelos teus atalhos

onde à coca me espias

falando-me em ecos pela

manhã ensurdecedora

simulando insónias ancoradas

na minha vigília atónita

devorando-te tão aliciadora


É tempo de todos os silêncios

se limitarem neste infinito

néscio momento

escapulindo pela frincha

da noite inóspita

onde a luz

rapina a luminosidade da alegria

estampada no armistício da vida

reverberando em euforia


É tempo de pescar-te os sonhos

mais vadios

fechando a escotilha do tempo

pra não mais escapulires

debruçada no resto de todos os

meus esquecimentos boémios


Vou somente ausentar-me deste destino

divagando pelas fronteiras

de minh’alma acocorada ao

pavio da vida

se estendendo

dos limites…até ao infinito

deixado na tua reconfortante guarida

um acto de amor que nos deleita

em ondas vibrando num maremoto

de réplicas

quase perfeitas

FC

 
Autor
Frederico
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/03/2016 17:39  Atualizado: 31/03/2016 17:39
 Re: Dos limites...ao infinito
Noite longa, bela e fatal...

Abraço