Se eu morrer de madrugada 
numa cama só e triste 
entre as dobras do meu espanto; 
não te esqueças minha amada 
de que um dia tu partiste 
mas não levaste o pranto. 
Se eu morrer em noite escura 
numa casa sem janelas 
junto à mesa se alento; 
não te esqueças, com ternura 
junto a mim põe duas velas 
pensa em nós por um momento. 
Se eu morrer em dia claro 
numa rua da cidade 
entre as gentes de Lisboa; 
pois será um dia raro 
deixarei em ti saudade 
não terei morrido à toa. 
Mas não vou por ti morrer 
quero mais acreditar 
nas palavras que dizias; 
vou esperar, não vou esquecer 
a promessa de voltar 
de tornares qualquer dia. 
Ricardo Maria Louro
                
Ricardo Maria Louro