Poemas -> Paixão : 

TRINTA NOITES

 
Foram trinta noites,
Mas pareciam para lá da eternidade!

Passei algumas contando estrelas,
Mergulhadas no negrume de um céu de sonhos,
Outras,
Passei contando os instantes
E aos sobressaltos
Com gritos e sussurros,
Dos felinos amantes,
Meus barulhentos vizinhos.

Foram trinta noites perdidas
Em devaneios estéreis,
Entorpecidos de promessas
De muitas amantes.

Foram trinta noites
Em que talvez,
Um cárcere de verdade
Esclarecesse a razão de minha agonia.

Em noites chuvosas,
Em gélidas manhãs,
Torturava-me te ver tão distante!
Em algumas noites cheias de desejo,
Senti teus gemidos em meus braços.
A languidez da madrugada impiedosa,
Apagou por mais de uma noite,
O cheiro e a cor de teus gemidos.

O ruído do trem que te trazia
E que deixava para trás,
Minhas trinta noites de agonia,
Procurava seu lugar
Em meus ouvidos ansiosos.







 
Autor
Frederico Rego Jr
 
Texto
Data
Leituras
910
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 05/03/2008 15:09  Atualizado: 05/03/2008 15:09
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: TRINTA NOITES
Como num cárcere, realmente.
E o ruído do trem libertador, não precisava mesmo ser ouvido.

Muito bom.

Amora