CATACLISMO

Sim, Mary, e a imagem que me vêm do que sentia era de algo que sugava tudo ao redor para devastar e após inundar, deixando uma terra arrasada.

Só não concordo que haja gozo nessa espécie de tristeza que descrevi. Logo, o triste não é como o masoquista que sente prazer em ter sofrimento físico, psicológico ou moral. O triste sofre sem qualquer consolo além de que aquilo um dia há-de passar.

O triste apenas sofre e espera.

O triste não sabe como aquilo vai acabar e sabe que isso que causa a tristeza (seja o que for) pode acabar com ele.

É algo a ser compreendido, não negado. Entendo que se tenha medo da tristeza, mas viver com um sorriso no rosto e rir de tudo não são mais que reacções nervosas para este flagelo. Repito, não é algo prazeroso ou romântico estar triste.

O triste não é um masoquista. A tristeza não é uma escolha.

Às vezes, o céu simplesmente desaba sobre nossas cabeças.

É isso.

Abraços, RicardoC.

Desculpe se fui ríspido, Mary. Não tive a intenção.

Percebi, contudo, a partir do seu comentário que a tristeza comparada a uma força da natureza podia ficar mais clara, até porque, estava achando o final do poema meio fraco.

Resolvi mudar e ficou assim:

"A tristeza é a viga pelo chão,
Cujo engenho não vence mais o vão,
Pois já todas as coisas às avessas.

A tristeza... Nada é como a tristeza.
Não, nenhuma pessoa sai ilesa,
Quando o céu nos desaba nas cabeças."

Belo Horizonte – 20 12 1998

Obrigado, Mary.

É verdade, Anggela, a presença da tristeza nos acompanha em dias chuvosos como os últimos.

Não reclamo: Como está escrito no livro da Sabedoria (acho que é lá...) :

"Há um tempo para plantar e outro para colher; um tempo para chorar e outro para sorrir..."

Obrigado por tua leitura sensível.

Abraços, RicardoC.

Muito obrigado, Tonton.

Abraços, RicardoC.