Sonetos : 

UM OUTRO

 
Tags:  Sonetos 1998  
 
UM OUTRO

É preciso cuidado com tais dias
Em que a tristeza chega devagar.
Se exacto quem escondo ouso encontrar
E me descubra um Outro em fantasias.

Porque se às já comuns melancolias
Vêm-me outras de carácter invulgar,
Sem qu’eu possa mais d’elas duvidar,
Como se quotidianas companhias.

Entretanto, eu a mim mesmo sofismo
A realidade pelos meus sentidos,
Ainda que me veja em sós olvidos.

Inconsciente e insensível, meu egoísmo
Posto ao limite já da sanidade,
Um Outro, ser sem ser, será verdade?

Belo Horizonte – 15 01 1998


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
Autor
RicardoC
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