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Senhora Morte

 
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Entra de mansinho
Quase que nem se dá por ela
Não é preciso ser adivinho
Para saber que trás na sua lapela

“Tão embonecada Senhora Morte,
Que a trás por estes lados?
Haverá mudança na minha sorte?
Sigo para junto dos antepassados?”

Diz ela em tom jocoso
porque sabe que domina
“Visitar-te-ei todos os dias
até ser tempo de seres minha

Enquanto me temes,
deixo-te alimentada pelo medo
Mas quando me aceitares
levar-te-ei para o degredo”.

“Dá-me tempo”, digo
numa voz quase inaudível
Serei forte um dia
ainda que agora sensível

“Quem vês hoje não é
quem verás amanhã.”
Aguarda e garanto-te
que não será uma espera vã

Sai pela janela
tão em silêncio como entrou
Sorrio porque não foi
o medo que ela deixou

A cobradora de almas
segue pela estrada
E em mim fica a esperança
de que há mais para além do nada

 
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sravaka
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/04/2017 15:16  Atualizado: 26/04/2017 15:16
 Re: Senhora Morte
Muito bem construido esse texto... excelente.

Parabéns



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/04/2017 09:54  Atualizado: 27/04/2017 09:54
 Re: Senhora Morte
Poema que as almas gritam os intenso dentro de uma escuridão

Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 28/04/2017 11:35  Atualizado: 28/04/2017 11:35
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 Re: Senhora Morte P/sravaka
Um lindíssimo poema, adorei! Não há vida sem morte, nem morte sem vida... é lei! Beijinho Vólena