CAMONIANAS - N°1

Muito obrigado, Caro Umav.

Até esta data, tampouco eu apreciava acrósticos ou neles via algo além de virtuosismo técnico. Era pouco sensível a tais aventuras barroquistas, quiçá...

Não obstante, desafiado por um colega cá do lusos e -- por que não o admitir? -- desejoso de escrever em versos brancos decassílabos, pensei estes como uma humilde homenagem a Camões, ou melhor, uma visita à sua obra. Como seria absolutamente sem sentido imitá-lo, deixei seu verso como mote. Ao glosar, fiz o acróstico tomando minha própria saudade como assunto: Remeto à espiritual amada de olhos verdes um elogio melancólico.

Oxalá descubra nessa tentativa lírica um caminho honesto para minha pena.

É isso.

Abraços, RicardoC.

P.S.: O referido colega é Alemtagus, e seu desafio versava em torno de "Os Lusíadas". Embora admire muito o Camões épico, deixei a glosa das oitavas nas mãos do alentejano e, mineiramente, debrucei-me sobre sua lírica.

entendido. Acho que perdi o desafio, porém nunca fui muito além do canto 1 dos Lusíadas. Prefiro os sonetos :)

Concordo plenamente, Bertha.

Encarei a ideia no sentido de fazer algo diferente de tudo o que já havia feito antes e o resultado ficou, a meu ver, diferente mesmo.

O aspecto principal, penso, é o de gratidão que a forma-acróstico explicita.

A série Camonianas é um experimento antes de qualquer coisa; sair da zona de conforto.

Que bom não passar desapercebido!... Espero que continues gostando.

Abraços, RicardoC.

Valha-me Deus, não! Não tenho intenção de emendar semelhante série, caro Rogério Beça. Ao contrário, é uma coisa mais de fã que propriamente um trabalho extenso; um projeto continuado. Na verdade, concordo com a opinião do colega quando descreve os acrósticos como algo desinteressante enquanto forma. Se me aventuro nelas é antes por desejar fazer algo diferente do que tenho feito.

Também gostei do resultado como expressão de um lirismo amoroso bem pessoal, quase ininteligível a terceiros. Aqueles que me são mais próximos sempre questionaram o facto de escrever muito sobre que imagino e pouco sobre o que vivo. Penso que tento satisfazê-los também com estas Camonianas.

Que bom que gostaste. Prometo não esgotar tua paciência e a dos demais colegas com uma série longa.

É isso.

Abraços, RicardoC.