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Ao relento

 
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Acorda mutilado e triste,
como um universo a quem deus
tenha tirado tudo o que existe.

(e o seu peito é gelo
e o seu riso, adaga,
que - mais que fendê-lo
em requintes de ódio -
em prazer o esmaga)

Acorda e nem sequer existe,
como um deus a quem o universo
tenha poupado de tudo o que é triste.


Teresa Teixeira


 
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Sterea
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Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 11/08/2017 11:43  Atualizado: 11/08/2017 11:43
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4412
 Re: Ao relento
Enigmático poema que só a poeta o sabe...

Gostei de te ler, ao tempo...
Beijinhos

Enviado por Tópico
RaipoetaLonato2010
Publicado: 14/08/2017 03:42  Atualizado: 14/08/2017 03:42
Colaborador
Usuário desde: 13/03/2010
Localidade: Paulínia-SP
Mensagens: 2788
 Re: Ao relento
"(e o seu peito é gelo
e o seu riso, adaga,
que - mais que fendê-lo
em requintes de ódio -
em prazer o esmaga)"

Encontrei Narciso neste poema. Acorda tão apaixonado por si mesmo, que o universo não o aceita e não o abençoa. Sentir prazer com o outro é uma violência à sua beleza.