Poemas : 

Dilúculo

 
O mar é hoje
-
ao longe
espumas de lírios brancos perfumam
céus anilados:

a ilusão de água pura
volta em ondas persistentes de ternura

e despertamos a vida nas frias asas do vento
e aceitamos o dia, para além do esquecimento.


Teresa Teixeira


 
Autor
Sterea
Autor
 
Texto
Data
Leituras
2614
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 24/01/2018 18:08  Atualizado: 24/01/2018 18:08
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1914
 Re: Dilúculo
"... a ilusão de água pura
volta em ondas persistentes de ternura..."
Bela a tua alvorada.
Sou um apaixonado pelo mar, como muitos, e ainda não sei explicar porque não lhe escrevo mais.
Em pausas certas fazes um poema que me agradou muito.
Os versos, cujo excerto retirei e pus acima, alcançaram-me nessa ternura que falas, mas a ilusão de ser pura, potável, foi o que me trouxe ao comentário.
Quantos náufragos não terão já caído na tentação de a beber?

"O mar é hoje..."
Creio que engenhosamente colocaste neste verso uma verdade que não escapa a ninguém: o hoje, o agora, é o presente. Uma dádiva e uma evidência de tempo.
O mar é uma prenda que alimenta através da sua fauna (a pesca) e do ciclo da água que comanda.
Num amanhecer, numa costa, o mar é também muito preponderante aos olhos de quem o olha...

Os últimos versos fecham muito bem o poema.

Gosto da simplicidade dos teus poemas. Eles trazem sempre algo mais para quem lê.

Obrigado pela leitura.