Poemas : 

Saudades são para os fracos

 
Tags:  amor    poema    saudade    dor    destino    tragédia  
 
Assim vens cobrindo o meu vazio
Devagar num silêncio ensurdecedor
Palavras em uma letra já morta
Onde só restará o nada em flor

É assim que quero este jazigo
Esquecido de um tempo de dor
Fechar uma página entreaberta
Cremar estes restos sem sabor

Gritos de falsos lamentos
Preenchem só por momentos

Não tiram a sede nem o frio
São meras saudades em bolor
Desses fracos de alma esperta
Que se guarda somente o odor

Fétido destilar de ocre fastio
Sem mais do que a sua mera cor
Residuos secos em vala aberta
Desse aterro que taparei sem pudor

Zurros de pequenos jumentos
Passam breve sem ressentimentos...


António de Almeida

 
Autor
Antonio de Almeida
 
Texto
Data
Leituras
722
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.