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São portas senhor... São Portas!

 
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Nascemos com os olhos tão abertos que a unica alternativa é berrar a plenos pulmões. O nosso cérebro recusa-se a aceitar a realidade no seu pleno e o instinto de sobrevivência comanda.
O véu levanta-se e passamos a ver apenas aquilo que queremos.
Primeiro o circulo mais escuro numa massa macia de carne morna e nutritiva. Depois o rosto da portadora de tal mana e assim vamos a par e passo desconstruindo o Mundo em prole da nossa saudável e confortável irRealidade.
Descobrimos as cores e as formas mas estas necessitam de aprovação superior de alguém que estudou para isso e tudo o que realmente era só nosso ficou cristalizado no momento.
Até os nossos sentimentos nos são impostos como se de reflexos pavlovianos se tratassem e apenas os Cristos a dar a outra face nos relembram do facto.
Por incapacidade de nascer só acabamos afastados de nós próprios e mais tarde ou mais cedo teremos que achar novo útero onde retornar.
Morrendo no morno abrigo deixo tudo para trás.A familia, os amigos, o bem, o mal, o amor, a musica, o riso, o choro, a comida, a bebida, o sentir, o querer, o esperar, o ser...
Tudo se esvaindo lentamente de mim.Sinto-me leve e etéreo.
A escuridão que me envolve faz-me ver tudo o que É.E sem nada fazer tudo SOU.
Desdobro as minhas asas e cuidadosamente arranco cada pena. A cintilante gota no cálamo da pena pedindo arte. Sem Tempo nem Sentido a tarefa Sou Eu.
Em breve os meus olhos habituam-se á escuridão e realidades integram-se tornando tudo mais consistente.
As minhas penas coladas com o meu sangue nesta parede que somos todos nós formou o mais negro e belo do querubins.
Sorrindo apago-me em silenciosa Paz e sem nunca fugir a nenhuma Luz entro em todas as Portas.
Para nada fazer a não SER!


A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.

 
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Paulolx
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