Poemas : 

Enrolados

 
 

Open in new window




desejamos cobrar a saudade …
… nos lábios enliçados
… nos braços enleados
… nos corpos enlaçados
e demos o nó
nada cego
aos nossos olhos

em cada aperto …
tornamos-nos mais presos
em liberdade
incondicional

em cada laço
lucramos
com os abraços
e os desmaios

hoje
somos
um novelo
com nós
enrolados

Open in new window



 
Autor
fakeofsoul
 
Texto
Data
Leituras
517
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
1
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 10/06/2018 10:40  Atualizado: 10/06/2018 10:40
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1932
 Re: Enrolados
"Nós

O que seria do nó
se fosse atado
a dois?"

Minha autoria.
A boa cobrança exige pagamento.
Enliçados ficamos com este poema muito bem escrito.
Sobre laços há várias técnicas. O nó da gravata, o lenço do garçon, o do matrimónio.
Nós, há o duplo, o de correr, o de marinheiro...

Há ainda um tu e eu.

"... em cada aperto
nos tornamos mais presos
em liberdade
incondicional..."

Preso libertos é uma boa antítese que serve muito o poema.
A liberdade incondicional é um paralelismo magnífico com a expressão penal, que define esse laço como a prisão que liberta ilimitadamente.

E no fim há o novelo. O tipo de laço ou nó que não estava à espera.
Geralmente, para mim, inesperado é muito bom.

O "...demos o nó
nada cego
aos nossos olhos..." já me tinha puxado para o comentário, o resto rendeu-me.
Li os outros.
Bem-vindo aos meus favoritos...