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Porquês

 
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Em outros tempos fecharia meus olhos e sentiria os absintos
Mas traria na memória a tristeza nascida em tempos infelizes
Hoje tenho a luz e a esperança que renasce a cada momento
De cabelos dourados como os campos perfumados de lilases

Adeus dias trôpegos e de equívocos, vendo tudo envelhecer
Sem que te encontrasse nas emoções sob a pele que transpira
A vida ergueu-se como a fênix, asas abertas, rumo ao futuro
Que se queda ao alcance das mãos, construído com empenho

Não mais a dias sem compromisso, correndo vãos, sem razões
Diante de meus olhos pequenos, janelas deste corpo mortal
Outrora a curar antigas feridas, hoje a poesia fala é de amor
O poema foi a resistência à dor, hoje é o que alimenta a alma

E eram tantas as tragédias, tanto o choro antes de adormecer
Na inglória busca de meus dedos pela mão amiga a me assistir
E veio o dia que tudo mudou e assim vieste ao meu encontro
Já semeamos um tanto, que já florescem belas flores e frutos

Nada é infinito, pois o tempo a tudo comanda, mesmo a vida
E quando eu tiver que deixar este mundo que seja a teu lado
Trocaria, se restassem dias e até meses, por único dia contigo
Porque qualquer tempo sem ti, seria apenas de dor e solidão

Te desejo sendo exatamente a pessoa que és e não idealizada
Com tuas manias, os teus medos e mesmo algum desencontro
Com tuas dúvidas, com teus modos, com teus compromissos
Ah, ninguém é a perfeição, nem espero que venhas se tornar

Porque antes de tudo está tua dedicação, tua generosidade
Teu amor e carinho, teu cuidado, teu grande e belo coração
Há tanto pra dizer dos porquês que ambiciono estar contigo
Ao ponto de te confundires com as próprias razões do amor

Como não estar ao teu lado se és o elixir e o bálsamo que cura
És o alimento da minha alma, que me cala o choro, és tão mais
O porto certo nas incertezas da noite, a solução dos labirintos
O avesso do abandono, és enfim cada uma das letras do poema


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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