Poemas : 

Pegada

 
um pé ante outro. sessenta. a passo largo noventa. um há no meio, omisso. isso de ter pé é coisa de afogado. nado. no meio da água há que ser alga. à tona ou à toa no fundo, ao inrigor da maré. má onda a onda má. mágica é a fórmula do atrito. a fricção certa é incerto gozo, pecado, dor. do dormir, é perda de tempo nos outros e no outro que sou neles. então chamei o repouso para a lida, tão parado e claro. avanço, no correr o sol a morrer. já que nasce. anima de astro. na água engole. até te lembrares do setenta que és, no tanto que corres do tanto que tens. outro ante um pé.

e tu tens dois.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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