Pensamentos
arrebatam
num alvoroço
de palavras.
Persigo opostos
na assimetria
de um traço.
Funde-se
no crepúsculo
um abismo.
O luar desliza
nos meus olhos.
Sonhas comigo?
Sentes arrepios?
Nada sei do amor
na rota perdida.
As palavras,
às vezes, perdem
significados.
Saberei a hora
do regresso
ao cais?
Um beijo ultrapassa ausências.
Inspira-me o voo das aves refletidas nas águas.
Ah se eu
pudesse
fotografar
ilhas
iluminadas!
As ondas do mar
dançam em mim.
Projetam-se
rios nas mãos.
Retenho
o instante,
levanto
os braços,
atravesso
estações.
Onde fica
o paraíso?
Chega ao final
o meu delírio?
Sabemos medir
o espaço entre nós?
Não resisto
ao eco da voz
a declarar
que te amo.
Louvo reflexos na memória. Redemoinhos passam.
O crepúsculo
engole palavras.
Deixas
fotografias
de abraços
dispersos
nas calçadas.
...
Poemas esquecidos
são gritos suspensos
no ar.
Longe
ou distante.
Estremeço.
Transpasso
as ruas.
A saudade
desenha
descompassos.
Poemas em ondas deslizam nas águas.