Poemas : 

Voltarei sempre

 
Gelei
E não vou conseguir mencionar
Nem mais uma palavra,
É duro o gelo que me envolve
Por mais que o coração aqueça
E sonhe …
O gelo que me cerca
Guardou o irremissível
Por isso,
Não acredites em mim,
Voltarei sempre aquele último olhar
Que não esqueço.

Sólido e pérfido sem lacrimejar.


 
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Esqueci
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/05/2021 20:34  Atualizado: 24/05/2021 20:35
 Re: Voltarei sempre
Senti o frio desse gelo.
Um poema sensível que fala de insensibilidade.
Hoje é um dia de gelar. Uma de nós partiu.

Abraço Esqueci


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/05/2021 17:46  Atualizado: 25/05/2021 17:46
 Re: Voltarei sempre
Voltarei sempre, também. E esta intensidade fascina-me.

Obrigada
Abraço:)


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 25/05/2021 18:25  Atualizado: 18/06/2021 17:09
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 1943
 Re: Voltarei sempre
Engraçado, que o gelo tarda o fim.
Até à descoberta e uso da luz elétrica no século passado, os alimentos eram conservados por sal (é dele que vem a palavra salário), fumo, secagem ao sol (três processos de desidratação) ou por imersão em vários tipos de óleo, etc...
Esse irremissível, gelado (Olá!), pode se manter, ou, estando vivo, pode vir sempre a se transformar.
Detesto "nuncas e sempres" e sou um pouco apologista do "já vi de tudo". Além de ser um fã convicto da persistência, até nos seus lados mais negros, a teimosia e a casmurrice.

Adoro o verbo na primeira pessoa do singular, no pretérito perfeito. Embora congelei fosse mais concordante; os sólidos podem congelar, gelo é água.
Ou o sujeito poético é feito de água (60 a 70%).
A humanidade do supracitado é vincada.
Os olhares são muito significativos e eloquentes.
E esses olhares fazem parte do poema, como mote.
Os olhares podem dar vida, ou magoar de forma a que a reacção possível (amiúde) seja a fuga, o mutismo, o isolamento.
É sem dúvida de isolamento, essa dura forma de frio (ou gelo), de que nos fala o poema.
Mas o sujeito poético, ao décimo verso, faz uma declaração forte. Mas tão clara a quem faz ficção.
E como uma estátua permanece sempre, ainda que por um tempo, como todos, finito.

Obrigado por seres persistente, é sempre bom ler-te, bem hajas e aos teus pares.

Abraço irmã