Poemas : 

Margens

 



Nada me trará as horas

de ambrósia e mel

soltas nas margens

de um rio sem tempo

labirintos de pele

em que perdida de mim

o fogo me prendia

e eu existia.



Uma estrela cadente rasga-me a memória

e acende-me a dor do fogo das águas.




Na margem que é minha

procuro um abrigo

no espanto esquecido

do rio que passa.



Na margem que é tua, a alvura da noite

derrama luares, perfumes, sabores.




Nada me trará as margens

de um tempo sem horas

nas dunas desertas

da margem que é certa.



Ensaio um sorriso e a margem que é certa

envolve-me e devolve-me

o sorriso perfeito

e é com ele que te digo

que esta noite o meu sorriso

irá dormir contigo.






 
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idália
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