Poemas : 

Ausência interminável

 
Paira-me uma sombra insidiosa no peito quando és ausência
Na sala vazia ressoa o retrato de uma noite feliz que se foi
Não consigo negar certa tristeza a desfocar os meus olhos
Pois que vem da minh’alma um clamor que te anseia comigo
Talvez eu queira demais de ti nesta paixão que é crescente
Porque a parede dos anos não me roubou o desejo de amar
Pode ser que ainda não vivas em ti a mesma porção do sonho
Talvez esteja difícil crer que conquistei pessoa tão especial
Mas preciso abandonar estas ideias com cheiro de abandono
Aguardando que meu fogo, logo possa também incendiar-te
Dispo-me destes pensamentos de angústia nesta espera de ti
Para recordar que abalamos a cidade com nosso sentimento
E é preciso uma busca do vocábulo correto nesta descrição
Então, imagino tuas unhas riscando teu nome na minha pele
E o que poderia ser dor, era só prazer de estar dentro de ti
Para admirar secretamente tua geografia de montes e vales
A trocar beijos sem limite e a alma de asa aberta, alçar voo
Deixo-me antever, por fim, deitando a cabeça em teu peito
E os pecados de nós dois expostos numa troca interminável
Permito-me sentir a memória de tua pele nesse abraço final
Para reviver tal sensação dos tempos impensados do poema


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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