Como poderia perdê-la
Se nunca a encontrei
Não toquei-lhe meus dedos
Nem lhe fiz um afago
Não caminhamos pela cidade
Não pisamos a relva
Nem sabemos a cor
Do ocaso de setembro
Como é possível perdê-la
Se nunca pude vê-la
Se meus braços não a alcançam
Na raiva desta ternura remota
Ou em minha alegria profunda
Da esperança de conhece-la
Ela viverá eterna em mim
Num ocaso de setembro
Como falar em perdê-la
Se dela só conheço a fala
Se não lhe senti o calor
Nem o doce dos lábios
Nem o perfume de lilases
De sua tez que não toquei
Mas que habita meus sonhos
De todos ocasos de setembro
"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)