os dedos
sabem
deslizar
na sombra
dos teus olhos
sem serem ensinados
contorna-los
com a suavidade
lenta
de uma circunferência
feita de cetim
devo-te confessar…
que nunca vi olhos
tão raros
aquela savana africana
rodeada do branco ártico
e um milhão de estrelas
condensadas
duplicadas
no rosto
tão mágico
naquela tarde
o que mais me impressionou
não foi toque da pele
não foi o roçar da carne
foi a esperança adormecida do teu olhar
e aquela menina feita mulher
querendo voar
naquela tarde
trazíamos dois corações abarrotar de melodias sem nome
e a promessa de uma espera
por validar
vá lá …diz-me …a onde guardas esse amor de ontem?