Poemas : 

Construção

 
Se me achas em silêncio por que vês meus lábios fechados
Devias lembrar a vida que há sobre este véu de tule negro
Entre suspiros do olvido, profundos, densos e misteriosos
Que não se vê com olhos da carne, mas com a visão d’alma
O poeta jamais admite o silêncio que é a morte da palavra
Eu subo as escadas dos dias para tocar a mão no arco-íris
E, deleitar sabores que correm inquietos por minhas veias
O vento, o orvalho, o doce das frutas e o tanino do vinho
Cavalgo o torvelinho do furacão, banho-me no mar bravio
Sou operário das letras, não o herói de façanhas escritas
Que o faço com suor e esforço ao açoite do sol e ventos
Na alvorada o dia me vê desperto e na lua, de volta ao lar
Arrisco-me nestas linhas não por moedas ou glória alguma
Mas, para construir um ninho onde abrigar os meus filhos
Criador de sonhos a erguer palácios onde quem lê é o rei


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
Texto
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