Poemas : 

Nenhum adeus

 
Peço-te perdão não ter conseguido morrer em teu lugar
Por certo foram muitas as vezes que o tentei sem poder
Jamais foi por não tê-la amado mais, amei mais que pude
Mas foi tua lembrança que me disse eu devia prosseguir
Pois no dia vindouro, eu não iria impedir o sol de nascer
Não consideres estes versos palavras gastas, são apenas
Mosaicos das histórias pendurados nas paredes dos dias
Memórias quais plantei nas floreiras da janela lá de casa
Que agora nascem entre os girassóis com perfume e cor
Eu quis ficar em silêncio entre o que me lembrar de nós
Mas tua lembrança, rosa companheira ora espinho cruel
Obrigou-me mudar essa história nas noites intermináveis
E invés de calar-me contigo, me fez cantar o que fostes
Tua terna presença que nunca cairá no limbo do oblívio
Antes, será aquele solo de guitarra que tanto ouvíamos
Enquanto o sol despontava, em meio às flores do jardim
Por fim, este poema não é uma forma de te dizer adeus
Mas incansavelmente regar as lembranças de teu existir



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 03/03/2023 12:11  Atualizado: 03/03/2023 12:11
Usuário desde: 06/11/2007
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Mensagens: 1913
 Re: Nenhum adeus
Eu não te perdoava...

Ainda vou pensar nisto.
Abraço


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/03/2023 12:24  Atualizado: 03/03/2023 12:40
 Re: A nenhum deus




Que as cicatrizes te preencham de poderes




Há de tudo, pessoas feridas, pessoas cicatrizes,
Pessoas marcantes, mas há e haverá sempre
Pessoas gerando luz, como candeeiros de rua
De foco claro no escuro são elas que nos fazem

Partir muros esventrar estrelas inventar a própria
Voz de Cristos e dar vida a naturezas mortas, há-
De tudo e basta o simples esperar e escutar para
Aparecerem de embrulhos distintos, essas pessoas

Que a gente perde por não andarmos devagar
Escutando o vento, o mar e as cicatrizes, que nus
Temos todos, gémeas da alma, marcadas
Pra serem sempre candeias nos caminhos da-gente

Há de tudo, pessoas lindas de morrer, pessoas fatais
Pessoas malmequer e pessoas verdade, pessoas
Deitadas, Pessoas d'en'pé ... pessoas marcantes
São poucas, mas há-as e hão de encher-me os dias

Pobres.












Jorge Santos (03/2017)



















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Nem um era deus (gostei)