O amor não segue trilhas.
Ele se perde de propósito,
Desenha mapas em corações distraídos
E planta jardins onde antes só havia ruínas.
Há encontros que parecem erro,
Mas na alma acendem uma vela
Que nenhuma lógica apaga.
Às vezes, o amor chega com passos de silêncio,
Como quem não quer ficar,
E fica.
O coração não entende de tempo.
Ele se move em compassos próprios,
Buscando o outro em mil rostos,
Até reconhecer, num instante,
Aquilo que sempre soube.
É preciso se perder para amar.
O amor não aceita guias,
Desfaz rotas, vira o mundo ao avesso
E nos costura de novo,
Com a linha da surpresa.
O amor não responde perguntas.
Ele é a pergunta que ecoa,
Queima devagar e, ainda assim,
Nos aquece por dentro.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense