Poemas -> Crítica : 

De guerras em guerras

 
Seus mísseis
De caos a terra engravidam
Abortando mulheres e crianças
Destruindo futuros em prol
De milenares desavenças

Soltaram outra vez
O anjo da morte nas cidades, no campo
Construções que precisam ser destruídas
Pra que burocratas reconstruam
Com ouro de cinzas

De novo e de novo
Irmãos se matando
E urubus cirandando
Bancos e governos financiando
A ira da humanidade está gritando

Me empreste sua dor
A juros altíssimos
Vamos reconstruir a cidade
Que o mal destruiu, que a emissora amou
Noticiar da desgraça mais outro ciclo

Sistema que mata
Os sonhos dos pobres
O trabalho dos ricos
Das mães os filhos
Dos povos os sorrisos

O hospital da esquina
Suas bombas explodiram
A alegria de meninas e dos meninos
Inteiras famílias, pólvora elas viram
Nos canhões das guerras que nunca terminam

 
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neon
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Enviado por Tópico
iLA
Publicado: 16/06/2025 10:02  Atualizado: 16/06/2025 10:02
Colaborador
Usuário desde: 25/11/2024
Localidade: Terra
Mensagens: 1077
 Re: De guerras em guerras
.
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..
..

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e quando tudo silenciar o que vão fazer?






. iLA 🌻

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 16/06/2025 20:18  Atualizado: 16/06/2025 20:18
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2301
 Re: De guerras em guerras\cheiramázedo
5. dia Adia


É cada vez maior a pegada,
pé descalço ao pé de carros de luxo.
O condutor, de iguarias no bucho,
iguais às que noutros há… nada.

Tirar a miséria desta estrada
é outra guerra de que tudo puxo
e repuxo; trago ares de bruxo
sem bruxedo, saco de pancada.

Dia a dia a dia a dia a dia adia,
e cada um passado, nada de novo.
Apenas se alarga o buraco.

A guerra é a mais triste monotonia
a que se sujeita qualquer povo;
o torna menor, pior, mais… fraco.


in Dez Sonetos da Crimeia por partes