Um dia a ideia de fim
Era para mim um charuto amargo
Que eu não conseguia tragá-lo.
Pensar no fim, logo no começo,
É uma viagem sem endereço,
Não é coisa que se faça.
Por sorte os ventos me levaram a uma praça
E me deram o presente.
Hoje, a ideia de fim
Não altera o meu boletim.
Às vezes, acho que tudo não passa de pó,
Outras vezes penso em algo melhor.
Quando falo sobre o que vem ou não depois do “fim”,
A minha esposa aponta para o jardim,
Para as plantas que vão e voltam.
Eu não acredito nem duvido
Desse, nem de outros sentidos.
Só não creio
Que esse relâmpago passeio,
Que não dura nem um século,
Possa prender alguém pra sempre em algum lugar.
Eterna mente.