Era alguém feito para voar. Projetado desde cedo para voar alto. Mapear sonhos, cumprir metas, decolar na hora certa, pousar com elegância. Diziam "Voa! Vai longe!". E ele foi. Mas nunca lhe perguntaram se queria altitude!
Carregava expectativas como passageiros e os passados não escolhidos como bagagens. Os manuais de comportamento impressos no aço.
Cada batida do coração, uma turbina forçada. Cada sorriso, um pouso forçado. Até que um dia ele não suportou mais voar e não foi depressão. Foi lucidez. E então ele caiu. Sim, caiu, mas não no chão. Caiu para dentro. E ao caírem suas máscaras de voos, descobriu-se passageiro de si mesmo.
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