só sei de piruetas
e saltos nas pedras
da possessão dos dedos
como quem transpõe rios
a aproximar as margens
e mais se vê margem
enquanto o céu aumenta
e o aumento é dum tamanho...
contar grãos de areia
na praia de me entender ao sol
porque estender
tem o calor de queimar a pele
e não o de arder a alma
só sei de piruetas
e engolir as pedras
fazer delas montanha
e subir, subir, subir
e esperar
do alto dos olhos
a leitura perfeita
as letras
exigem sempre um bailado
já o coreógrafo
apenas ambiciona o (i)mortal à rectaguarda
e cair de pé quando se lê
só sei de piruetas
porque as letras
são de fi(n)car(-me)
14-07-2025