Ser elegante é vestir-se de palavras.
É ter o casaco gasto, mas a alma forrada de histórias.
É queimar o dedo em uma xícara de chá
Enquanto folheia um mundo,
Em vez de gastar
Tardes escolhendo o tom de uma gravata.
Mais nobre é o estalo de uma lombada antiga
Do que o tilintar de cabides alinhados.
A poeira dos livros é o meu perfume de gala,
E minha passarela
É a mesa onde repousa um romance aberto.
Porque quando a biblioteca é maior que o guarda-roupas,
É a imaginação que se veste de festa.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense