Poemas : 

Aldeia de Menino

 
Aldeia de Menino


Na aldeia, perdida no alto monte,
estreitada num vale verde,
rústica de odores matinais.
Meu olhar vagueia no horizonte,
limitado de céu e se perde
em mil sussurros de adágio.

Aldeia de fragrâncias naturais,
de cores divinas matizadas:
os verdes, os amarelos, os laranjas…
Os fumos do lar em espirais
voam como danças orquestradas,
pelo vento, em farrapos e franjas.

Minha alma rejubila feliz,
livre da escravidão de amores
inventados por cruel nostalgia;
Meu corpo, renova, qual petiz,
sangue, lágrimas, suores...
Esvai-se em vida de rebeldia.

Minha boca sorri, desabrocha
líricos de louvores eternos
à natureza pejada de vida;
Minha boca grita e desbocha
canções, desafios de infernos,
toada monocórdica perdida...

Desculpai aves, desculpa rio,
por quebrar as vossas melodias,
desculpa vento por seres arauto
do meu patético desvario.
Desculpai, cedo virão calmarias
para vós e dores para mim, incauto...

Na aldeia, meu paraíso real,
liberto do mal, perdido de mim,
sou menino travesso, sorrindo...
Por irmãs e por irmãos, afinal,
tenho a rosa, o cravo e o jasmim,
que me acenam - sinto-me bem-vindo!




Triste Poeta

 
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Triste.Poeta
 
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Enviado por Tópico
RenatadiMaria
Publicado: 12/08/2025 20:41  Atualizado: 12/08/2025 20:41
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 Re: Aldeia de Menino
Triste. Poeta
Como é que linda a sua aldeia. Essas memórias de meminio, que agora são leitura de um poema que mesmo não tendo eu essas memórias. Não tenho aldeia de menina, senti que estava em casa.

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RdM