Olhar em teus olhos
É como seguir um mapa que muda sozinho,
As ruas se dobram, os rios secam,
E o norte escapa como fumaça.
Eles têm a cor da promessa,
Mas o peso da dúvida.
Brilham como quem diz “vem”,
Mas piscam como quem diz “foge”.
É um mar que chama,
Mas que afoga na primeira onda.
É farol aceso,
Apontando para um porto que não existe.
Eles prometem caminhos,
Mas escondem o abismo sob a sombra.
São espelhos quebrados:
Mostram beleza, mas cortam a mão de quem toca.
E eu,
Sempre perdido entre acreditar e partir,
Continuo voltando,
Mesmo sabendo que eles mentem.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense