Poemas : 

Mãos que se incendeiam sós

 

















Quero morrer com brisa como os pássaros camuflados.
A voarem para elevarem-se antes d`as asas adormecerem.

Quero morrer com olhos oleados e novos em esperança.
Como uma árvore dormindo em linho: como carne divina.

Morrer com os pulsos tingidos pelo sonho das rosas do vinho.
Murmurando até que seja oração o momento sentido.

O peso da carne em nós que um dia foi êxtase à mesa.
Morrendo como a montanha em crepúsculo com sede.

Quero morrer no cume da inocência do vento em limbo.
Limbo do amor na mais clara lua no mar em segredo.

Quero morrer tão perto como se o longe fosse logo ali.
Morrer com as mãos cerradas como bichos no chão.

Morrer no horizonte afogado e outra no fogo da tua mão.
Quero morrer como o sol: mãos que se incendeiam sós.













Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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