vês, da escapatória
a curva que não definiu a saída...
da estrada
desviaste cedo demais
guinaste onde te fugia o chão
talvez achasses curto o horizonte
quente demais o asfalto quente
talvez fosses insegura das mãos
ou tivesses falta de binário no deslize
eu segui, a todo o gás
mas indo só
só indo
até agarrar
a primeira boleia
de curvar com mãos juntas
no volante
unhas bastantes para aguentar o peso
dois lugares de uma assentada
a levantar voo
culpa-te só a ti
do desgaste dos pneus
pela patinagem artística
a desenhar desculpas
e frustrações
na gravilha de parar antes
há muito
que só me és
fumo no escap(arat)e
08-09-2025