De manhã
não chamo pelo sol.
Os dias chegam mudos
sem rosto
sem cerimónia.
Não persigo
[como pardais famintos]
o som das promessas
caídas e esquecidas no parapeito.
Caminho pelas horas
banais
arrastando nos bolsos
derrotas dobradas como papéis velhos.
Envelheço no gesto.
As mãos conhecem
o peso lento
das escolhas.