Sonetos : 

Dei-te um verso, queres a obra

 


via-te donde não vias ninguém
tomei-te pulso na força de um verso
por mais que o não quisesses, controverso,
lancei-te ao papel com teu desdém

caíste esparramada em leito adverso
de branco imaculado, já refém
trespassei-te de ponta, num vaivém
a desmanchar-te em gritos p'lo reverso

a pena não viu penas na jactância
apenas a volúpia que é da ânsia
de despejar do peito um tinteiro

provaste o verso em ganas de crescer
com rimas nos quadris de mais querer
e agora pões-te chave ao livro inteiro?


21-10-2025


 
Autor
AlexandreCosta
 
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