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um fogo diminuto é a vida

 
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trago asas apagadas em pleno voo
no olhar o negro da noite desolada
o tempo, o caminho atravessou
fiquei p'la solidão devorada

hei-de cair ali mais à frente
ouvindo o eco do sonho
perdido na mente,
juntamente a vinda da morte
transe profundo
faz com a vida o corte

é a vida e seu senão
que veloz se evade
sob a exaltação e
a saudade

para lá do inverno o tempo se parte
indeciso como folha que cai
ao chão
ao tocar esse chão, já não
brilha a alegria
e uma lágrima que humedece,
no olhar se cria
desce
no rosto com resignação
a aguentar do corpo a traição

no espelho a face retida
misturada com as sombras
que a golpeiam
um fogo diminuto é a vida
quando os sonhos já não se anseiam.

natalia nuno


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 03/11/2025 17:38  Atualizado: 03/11/2025 17:38
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 Re: um fogo diminuto é a vida
Olá Natália

Mais um belo e sentido poema, como já nos habituaste.
Nesta divagação pela solidão existencial, descreves brilhantemente o teu sentir e as tuas emoções.

Gostei de ler-te. Nestas tuas dissertações poéticas, que são brilhantes.

Beijinhos e boa semana.

Mário Margaride