Dizem que ela nasceu da dor, mas ninguém percebeu que, mesmo ferida, ela já cintilava amor. Seus gestos carregam um eco suave do que um dia perdeu — não por fraqueza, mas por ter amado com uma entrega que o mundo raramente compreende.
Em sua pele vive o desejo, não aquele que queima descontrolado, mas o que acende devagar, como uma chama que sabe exatamente onde tocar. Talvez seja por isso que ela carrega o aroma do proibido: aquilo que o coração teme, mas ainda assim escolhe.
Quando caminha, deixa um rastro que desfaz o desprezo e transforma qualquer sombra em esperança. Há quem diga que o amor que se foi ainda vive enrolado nas dobras do seu sorriso, porque ela aprendeu a guardar memórias com ternura, não com peso.
Seus olhos cor da terra nunca mentem: neles cabem raízes, abraços, tempestades que viram flores. E quando olha para o céu, parece ser ela quem sustenta a galáxia, como se pudesse recolher estrelas com as próprias mãos.
Dentro dela existe um mundo de poesia, tão vasto que dá vontade de morar lá — um universo onde tudo que é simples se torna sublime. Quem a encontra, cedo ou tarde, se torna o cortejado, mesmo sem querer; ela faz isso sem esforço, como quem respira.
Ela sente saudades com uma pureza que só os grandes amores conhecem, e seus ciúmes são doces, tímidos, quase um pedido de cuidado. O que habita seu peito é um sentimento conciso, direto, mas tão profundo quanto o mar que a embala por dentro.
Sua voz é música que faz o mundo silenciar. Mas se algum dia se afasta, deixa um pequeno rastro de abandono, não por querer ferir, mas porque até a luz precisa de sombras para continuar brilhando.
E então perguntam:
— Quem é ela? Quem é essa musa tão misteriosa?
E o próprio vento responde, suave, apaixonado:
Não importa quem ela é.
O que importa é o que ela inspira —
pois onde ela passa, nasce poesia e amor.
A Musa de todos nós:
A Própria Inspiração!
Fragmentos de Sonhos
Senhora Poesia