O POETA NA MADRUGADA

Caro Edilson,

Este soneto, por incrível que pareça, saiu hoje cedo, de um só fôlego, com as sílabas e rimas. Eu estava pensando na figura de Vinícius e os versos vieram como que soprados nos meus ouvidos. A poesia tem disso. E nós não somos ninguém para questioná-la. Sendo mulher, a Poesia faz da gente o que bem entende. Fico feliz por ter gostado.

afeto,

júlio

Bruno,

Acho que já deixei bem claro a respeito da admiração que tenho por sua escrita. Lendo você, sem qualquer confete, que não sou disso, mato a saudade do notável Al Berto, que a mão da incompreensão levou. Portanto, receber um comentário seu, para mim, é motivo de honra e certeza do dever cumprido.

Saúdo-o, poeta.

Com todo afeto,

júlio

Esse elogio embarga-me o verso (a voz),abre-me um sorriso e complica-me a vida.Avizinhar a minha poética da de Al Berto é demasiada responsabilidade para um simples aprendiz da palavra,além de que penso,Al Berto não era tão cínico/desconfiado/seco quanto eu.E parafraseando uma anotação sua a propósito da elevada qualidade de outra poética que não a minha : só escreve bem quem acumula uma pesada vivência poética,coisa que,para bem e para mal,ainda não possuo.Falta o Quasi*.

* De Sá Carneiro

Sabe, Bruno, dos meus pouco mais de trinta anos de atividade jornalística, dez deles ocupei-me da crítica literária. Só deixei esta função quando publiquei meu primeiro livro, em 1990: não acho correto publicar livros e fazer crítica. Nesses anos todos, fiz mais inimigos do que amigos: nunca aceitei comentar nada imposto por editoras, e muitas vezes comprei livros com o meu próprio dinheiro, para me sentir mais livre. Por vezes, fui até impiedoso - só com autores novos que não, porque sei como é difícil parir um livro e levar uma bofetada logo na primeira. Acho até covardia. Escrevi um dia aqui que Saramago, que tive a honra de entrevistar numa das visitas que fez ao Brasil, escreveu um romance, Levantado do Chão, bastante parecido com o de outro autor português, Manuel da Fonseca, Seara de Ventos. Só mudam os personagens - a história é a mesma, e Manuel da Fonseca publicou bem antes. Foi um deus-nos-acuda, porque eu inclusive disse que a poesia de Saramago é muito ruim, acho que até ele percebeu isto, tanto que desistiu de publicar poemas. Quando li você pela primeira vez, comentei com minha companheira, Fabiana Daud, que era um resgate - eu disse resgate, não cópia, de Al Berto. Estou usando de toda a minha sinceridade. A sua poesia é diferente de tudo o que se publicou aqui até agora. E Fabiana também concorda com isto. Ser novo e estar começando, nada significa. Pelé, aos 17 anos incompletos, fez um dos seus gols mais lindos numa Copa do Mundo. Meu amigo, quem sabe, sabe. E quantidade não é qualidade. Afinal, Coca-Cola vende mais do que champanhe francês, e nem por isso é melhor. Aqui no Luso só comento aquilo que gosto. E acho sua poesia uma coisa à parte de tudo o que tenho lido aqui.

abraços,

júlio

Minha irmãzinha Núria,

Não preciso falar do carinho e admiração que temos por você. Suas palavras fazem bem, sabia? É como se você já fosse uma amiga de longa data. Já me acostumei aos seus comentários. Quando não os tenho sinto falta. Tenho muito apreço por você.

Um beijo em você e nas crianças...Ah, e no Arão também,

júlio

Cláudia,

Adorei mais ainda por você ter adorado. Obrigado pelo comentário,

afeto,

júlio

Amigo Godi,

A precisão e o conhecimento técnico dos seus comentários são impressionantes. Lê-los, sim, é que é uma verdadeira aula. Orgulho-me sempre quando recebo comentários seus. E aprendo.

Axé, beijo na Bahia,

Júlio

Conceição,

Você tem razão quanto ao tema. Mas o soneto foi todo, propositalmente, calcado num poema de Vinícius de Moraes, O Poeta e a Lua. Eu procurei, longe de qualquer pretensão, imitar o estilo do Vinícius, uma pessoa que eu sempre gostei, como poeta e como ser humano. grato pelas suas palavras.você e seus comentários são sempre bem-vindos.

júlio s.