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NATUREZA MORTA

 
Tags:  Labiríntimos  
 


Olho, lá fora, o dia amorfo..

A Natureza cansou-se e retirou as forças,
para lá do nevoeiro cinza-opaco,
que serve de abóbada à quietude da paisagem...
Em dias assim cai sobre nós o peso da Vida!
Não há brilho de sol, a lembrar-nos laivos de felicidade
que já perpassaram o nosso caminho!
Não há sopro de vento, a agitar recordações suspensas...
Nem resquícios de chuva,
a afogar-nos a mágoa de lágrimas choradas...
Só o silêncio quieto dum fim de tarde de Inverno.
A morbidez pálida dum retrato antigo.
Árvores nuas de verde e despidas de ânimo
e um calmo desassossego de tempestade latente...

Grito, no frio silêncio!!

Quero decantar a Vida,
Refazer as estrofes do meu fado!
Remisturar as cores com que pintei meu quadro!
Desafiar o tempo, rasgar o cenário inerte,
Não esperar que a Primavera me liberte!
Voar contra o vento, como abelha molhada,
Desafiando a chuva, em intrépida cruzada!
Buscar o sol, com asas de esperança,
E, na queda iminente, reinventar bonança,
Só para ganhar força e prosseguir viagem,
Porque ainda lateja Vida na paisagem!!

Teresa Teixeira


 
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Sterea
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/07/2008 20:14  Atualizado: 24/07/2008 20:14
 Re: NATUREZA MORTA
Amiga Sterea.

Você disse que lhe pediram para fazer poemas ou sonetos rimados. Acho você pode escrever o que quiser, pois quem escreve como escreveu " Natureza morta" pode até "refazer as estrofes do seu fado" mas jamais trocar uma vírgula dessa beleza de poema que traz a público.

Meus sinceros parabéns

Beijos

Ulysses

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 25/07/2008 07:50  Atualizado: 25/07/2008 07:51
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8102
 Re: NATUREZA MORTA
O Ulysses está cheio de razão! Eu não diria melhor! As figuras de estilo são sempre sublimes e enriquecedoras para o leitor! Beijinhos

Enviado por Tópico
jessé barbosa de oli
Publicado: 12/08/2008 14:02  Atualizado: 12/08/2008 14:02
Da casa!
Usuário desde: 03/12/2007
Localidade: SALVADOR, Bahia
Mensagens: 334
 Re: NATUREZA MORTA
um poema que desafia a inércia dos dias em coma,
resgatando a alegria da cripta da fúnebre
taciturnidade.
belíssimo poema, tera!

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