SEXTILHA INSPIRADA NUM COMENTÁRIO DE JOSÉ TORRES

Poeta Karla,

O mérito é todo do Zé Torres. Atrevido que sou, dei seqüência, apropriando-me do talento do amigo. Concordo com você: "vivemos sempre nos buscando em tantos outros que escrevemos." Até que a poesia nos permita.

afeto, karla.

júlio

zé,

por decreto, a frase universal é sua. e deu-me o poema. quem está extremamente feliz agora sou eu.

júlio

Salve, salve, Carol!

De você, uma otimista em potencial, eu só podia mesmo esperar estas palavras. O Zé pode ser um exagerado igual, mas mais do que eu, duvido. Claro que o poema intensifica a vida. De quem lê. E acelera a morte de quem faz. Ainda que o poeta morra hoje, para renascer amanhã.

Afeto, Carol.

júlio

meu caro poeta,

a recíproca é verdadeira, creia. embora não tenha chegado o tempo dos confetes - se bem que aqui no brasil, com os políticos que temos, há carnaval o ano inteiro -, lê-lo é sempre agradável. quanto a minha sextilhazinha, todo o mérito é do nosso zé torres.

um abraço, do outro lado do oceano.

júlio

Bruno,

Na questão da sextilha, como disse, respondendo a comentários anteriores, o mérito todo é do Zé Torres. Eu fui apenas um intruso. E concordo com você, quando diz:"Talvez não haja grande importância tanto na vida como na poesia." Valho-me de Maiakóvski duas vezes: "Nesta vida morrer não é difícil/O difícil é a vida e o seu ofício." Ou ainda no célebre poema dele sobre o suicídio de seu amigo Iêsienin: "Melhor morrer de vodca do que de tédio." Creio que Maiakóvski morreu de tédio porque meteu uma bala na cabeça. Quanto aos namorados, mencionados por você, que se detestam, cai como uma luva as frases do maior teatrólogo brasileiro, Nelson Rodrigues, famoso também por suas crônicas e tiradas: "É preciso cinismo, mas muito cinismo para que um casal, qualquer casal chegue às bodas de prata." Ou: "Não há maior solidão do que a solidão a dois." Nelson Rodrigues, cuja obra também foi parar no cinema, era tão inteligente que conseguiu desagradar os dois lados. No tempo da ditadura militar no Brasil, a esquerda o chamava de reacionário,o que lhe valeu o título de um dos seus mais famosos livros de crônicas, O Reacionário. Já a direita, que normalmente costumava proibir suas peças, chamava-o de imoral e pornográfico, este último adjetivo ele usou para autodefinir-se (usando a nova e maldita ortografia): "Sou um anjo pornográfico", título também de sua biografia escrita pelo jornalista Ruy Castro.Nelson Rodrigues morreu e virou gênio por todos que o apedrejaram em vida. É sua também a famosa frase, motivo da ira das feministas: "Toda mulher gosta de apanhar; mas só as normais:as neuróticas reagem."

júlio

margarete,

são palavras como as tuas que me fazem acreditar que poesia, de fato, é um milagre.o mérito neste poema é todo do zé torres, autor da frase que me inspirou.

afeto,

júlio