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O feijão e o sonho

 
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O feijão e o sonho.


Peço a quem estiver me lendo
Com um poeta nunca se casar
Poeta é sempre um sonhador
E dinheiro não sabe ganhar

Se casar-se com algum poeta
Passará até fome, suponho
Pois sempre será sua meta
Trocar o feijão pelo sonho

Case com o padeiro da vila
Que mexe a farinha e amassa
Que o seu pão virá de graça

Case com o açougueiro da rua
Que de fome não vai morrer
Pois carne de graça vai ter.

jmd/Maringá, 11.09.08



verde

 
Autor
João Marino Delize
 
Texto
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1987
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Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 11/09/2008 18:32  Atualizado: 11/09/2008 18:41
Colaborador
Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: São Paulo- Brasil
Mensagens: 4206
 Re: O feijão e o sonho
Meu caro poeta,

Vamos pôr fim a esse mito. Poeta, como diz a própria palavra, de origem grega, é aquele que faz ou aquela que faz.Esta história do vagabundo e sonhador parece já desgastada no romance homônimo ao seu soneto,de Orígenes Lessa, publicado em 1938.Para citar alguns poetas brasileiros que sempre trabalharam - e muito - posso mensionar alguns dos melhores. Carlos Drummond de Andrade ocupou vários cargos públicos - na época em que o serviço público era levado a sério - e, paralelamente, exercicia o jornalismo. Vinícius de Moraes, apesar das bebedeiras assumidas, foi diplomata concursado, de onde foi exonerado pelo governo militar, o que é mais honra que desonra. Posteriormente, foi beneficiado pela Lei da Anistia, e afamília recebeu todos os atrasados. Isto para não falar nos clássicos que Vinícius de Moraes compôs, tornando-se um dos símbolos da música popular dentro e fora do Brasil. Vinícius também exerceu o jornalismo. João Cabral de Melo Neto aposentou-se como diplomata, tendo servido em diversas embaixadas. Cecília Meireles exerceu o magistério.Citei apenas alguns e incluo, não na lista dos melhores, este que ora escreve e que há trinta e três anos exerce o jornalismo diário, com passagens pelos principais veículos de imprensa brasileiros.
Como poema, o seu soneto tem valor. Como brincadeira, tem sua graça. Como perfil de um poeta, deixa a desejar.

Júlio

Júlio




Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/09/2008 20:27  Atualizado: 11/09/2008 20:32
 Re: O feijão e o sonho - p/João Marinho Delize
Caro Poeta, não tem a menor importância o meu relato a seguir, mas permita-me exemplificar: 'os poetas!" é generalizar, pois trabalho autonomamente e bastante para uma empresa do ramo têxtil. E por conta própria, sou consultor de negócios, fecho vendas e faço palestras sobre vendas, não sou rico, mas não me lembro de uma única vez ter feito fiado. Dizem inclusive que a boemia leva o poeta ao caos. Sou, bebo uma cachaça, e não é de hoje, e nunca dormi na sarjeta. Portanto, há excessões nos históricos míticos.
"o soneto, o feijão e o sonho continuam belos"
Abraços.
Silveira