Ato-me. Preso em minha indecisão.
Quero e não quero. Ó desespero.
Voz da errada coesão que brada
por uma resposta que me desprenda desta aflição.
Por que és tão cruel que me iludes
Despe-me da razão com a voz da ambição
De querer e não poder, tocar, olhar, sentir
E somente dar-me essa situação?
Avanço queixo erguido, certo de razão
Vens, ó incerteza rasteira, traiçoeira, dobrar-me até o chão.
Quero sonhar a realidade!
Não cabisbaixo, sem emoção.
Quero orgulhar-me de teres ao meu lado
oh tenra satisfação, com um sorriso
e uma pontada no coração dizendo:
Eras certo! Tinhas razão!
Mas que razão é essa que me ilude
põe-me a fazer perguntas sobre outras
que não tem atitude
que vença ou sossegue essa questão!
Por que se fazes tão longe, quando quero perto
Por que vejo o deserto, nada por perto
Além da indecisão. Vazio. Sem sentido.
Sem sonho. Sem... razão.
Ah como és cruel, oh indecisão.
Oh ego Laevus!