Poemas -> Introspecção : 

Objeto de cenário

 
A televisão conversa sozinha
Enquanto me confesso em Marte,
Fantasmas assombram a minha cozinha
E o relógio avisa que já é tarde.

O telefone agoniza calado
E a memória grita coisas que me obriguei esquecer,
Derrete o gelo no copo quebrado
Que caiu antes de eu começar a beber.

Espadas de São Jorge à direita,
À esquerda: um varal pelado,
Frente a lua a espreita
De um homem dentro do próprio corpo encarcerado.

Meu juízo em cacos espalhados
Pelo chão frio da sala vazia,
Dez a doze livros empoeirados
Na estante ao lado de nenhuma fotografia.

No quarto; sob o olhar de luminárias bailarinas,
Um segundo frasco de perfume é assassinado,
Vitima da ira de uma cortina
Induzida pelo vento atormentado.

Divago, sinto saudades de um tempo,
Tempo que nem si quer sei se passou,
No espelho aos pedaços eu continuo me vendo,
Sem realmente saber quem sou.


 
Autor
edson augusto alves
 
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Enviado por Tópico
Leo Marques
Publicado: 12/01/2009 11:50  Atualizado: 12/01/2009 11:50
Da casa!
Usuário desde: 01/09/2007
Localidade: Évora
Mensagens: 308
 Re: Objeto de cenário
Olá,Edson.Em primeiro lugar,obrigada pela visita.
Como tenho pouco tempo,não comento muito,mas quando comento,gosto de saber mais da pessoa através dos textos.Sei que é apenas virtual,e nem sempre o que se escreve,é a realidade.
Como te disse preciso saber mais e daí,lí todos os teus textos.Te sinto um pouco nostálgico,divagas sentes saudade de um tempo,nesse espaço vazio,vês o mundo sem cores,te encerras numa cela escura.
Gostei de todos eles mas...vi tristeza no hoje,e receio num dia futuro.Meus votos sinceros que seja apenas,inspiração de poeta.PARABÉNS.BeijinhoOpen in new window