Amar se tornou tão vulgar 
O amor não morreu 
O amor só se escondeu 
Nas dobras da timidez 
Ama-se sem olhar nos olhos 
Sem apertar a mão 
Sem beijar na face 
Sem sentir o eflúvio do corpo do(a) amado(a). 
Amar é sutileza 
Não pede para vir 
Nem avisa a hora de chegar 
Não requer anúncio 
Nem exige predisposição 
Amar não é condição 
É fenômeno como a chuva 
Como o raio 
Como o trovão 
Pode cair em terra fértil 
Ou se perder na imensidão 
Só não é coisa de projeto 
O qual se pode baixar decreto 
Não é um mero objeto 
Que se manipula, exceto 
Se já se vê algo certo 
Amar apenas acontece 
Quando há um coração aberto. 
JOEL DE SÁ
14/01/2008.