OLHOS
Olhos
Para alguns, o espelho da alma
Para outros, uma caixa de Pandora.
Deles emana uma fúria silenciosa
Que calada retumba como o trovão.
Em suas lágrimas contidas
Escorrem o orvalho da manhã
Ressurgido no temporal do crepúsculo.
Ao sol se desnudam de alegria
Mas em cinza se vestem de tristeza.
Refugiam-se no vazio
Para preenchê-lo com vigília.
Olhos pudicos que se escondem
Atrás da inocência,
Que se fartam
Diante a sede de um beijo molhado,
Mas que sofrem pela frieza
De um olhar não apaixonado.
(Agamenon Troyan)
* Dedicado à poetisa Eliane Alcântara
Os olhos são de fato o espelho da alam ou, na realidade, uma caixa de Pandora?