Distante!
A senzala chora,
Por seus poetas mortos...
Só restou o passado...
Mudado!
Agora acabado...
Nos açoites do tempo!
A sorte ficou exposta...
E a todo o momento!
A cada nascer!
A vida tornou-se um lamento!
Uma alma morta...
As lágrimas aqui derramadas!
Nos troncos velhos!
Manchados,
Pelo sangue dos negros torturados!
Na senzala secou!
Desapareceu no chão...
Só restou o clangor de uma melodia!
Uma apoteótica canção,
De libertária poesia!
Um batuque assim,
Todo - em nós -, transcendente!
Um batuque que irrompe,
Todo em si!...Imponente!
Um batuque em tantas madrugadas!
Uma zabumba de emoção,
Que exalta alegremente,
O bater do coração,
Da nossa negra gente!
(® tanatus - 12/08/1993)