Luso-Poemas
 
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#05

 

. façam de conta que eu não estive cá .

nesta inocência aborígene construímos uma queda. as quedas são como flores fora de estação, por isso doem, não se acomodam, não nos pertencem. de todas as quedas a mais dolorosa é esta, do alto do monte erguer os braços sobre o penhasco e cair, como se fosse fácil derrubar o peso de um corpo sem ossos. construímos a queda de quase nada ou de quase muito, há quedas que são nomes ditos em simultâneo, vogais dispersas como chuva diagonal. há nomes que não são quedas, nomes curtos onde as vogais se aconchegam umas às outras, como segredos ditos ao cair da tarde numa jura de amor. quero o teu nome em queda livre sobre o meu.
 
Autor
Margarete
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Um pássaro negro ferido na asa-regresso
onde se lê esperança deve ler-se agonia: território banal, delimitado e sempre longe.
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/06/2009 23:58  Atualizado: 03/06/2009 23:58
 Re: #05
Quem come silêncios debita palavras harmoniosas. Aterrei nelas ... deliciado! Se me permite uma sugestão... que tal chuva oblíqua?


Abraço 40

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/06/2009 00:00  Atualizado: 04/06/2009 00:00
 Re: #05
É bom ter de volta "este Mar"

Já tinha saudades=)

Enviado por Tópico
Karla Bardanza
Publicado: 04/06/2009 00:03  Atualizado: 04/06/2009 00:03
Colaborador
Usuário desde: 24/06/2007
Localidade:
Mensagens: 3263
 Re: #05
Bom ter você de volta Margarete.

Beijo grande!

Karla Bardanza

Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 04/06/2009 01:29  Atualizado: 04/06/2009 01:29
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
Localidade: Brasil
Mensagens: 4705
 Re: #05
Um após outro, teus envios são imperdíveis para mim porque (eu, que já senti raiva da Margarete) gosto muito de curvar-me ao pé das tuas palavras.

Beijo

Amora

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/06/2009 07:58  Atualizado: 04/06/2009 07:58
 Re: #05
escrita cada vez mais pessoal e profunda... cada vez mais tapas a realidade com um personagem, ou mais, excelentes diálogos entre gente que pode ser tu própria nos teus multiplos eus, todos os temos, há uma grande solidão, real ou não, uma sede de vida constante, agonia de viver, tudo posto no "papel" duma forma, ás vezes... desconcertante e incómoda... em si já é uma obra...
gosto de te ler...

vida feliz, ou com bons momentos...

Bjs.

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